Resumo: Consumo de Drogas entre estudantes
da Universidade Católica de Pelotas. A sociedade brasileira se
defronta com um problema complexo: o consumo de substâncias
psicoativas e as dúvidas de como lidar com ele. Pensando nisto, o
trabalho teve como objetivos levantar a prevalência do consumo de
drogas entre estudantes da UCPel, bem como dados sócio-demográficos,
qualidade de vida e outras informações, para, a partir daí,
desenvolver políticas de prevenção dentro da instituição buscando
contribuir com alternativas para este problema. O estudo foi de
delineamento transversal com uma amostra de 1735 alunos. Utilizou-se
um instrumento com 161 questões fechadas, de autopreenchimento. Os
dados foram tabulados no programa SPSS 10.0, foram feitas as
análises de freqüências simples e as diferenças entre proporções
(através do teste do qui-quadrado) e as diferenças entre médias
foram avaliadas através do teste F. Foram calculadas as razões de
prevalência e intervalos de confiança de 95%, tendo sido considerado
o valor de p<0,05 como indicador de significância estatística. A
amostra se constituiu de 54,5% de mulheres e 45,5 % de homens, sendo
a maioria entre a faixa etária de 20 a 22 anos, de classe social
classe B (54,3%) e C (24,4%), conforme escala da ABIPEME. Os
resultados indicam que 31,2 % dos estudantes não estavam satisfeitos
com a vida. Apenas 51,1% têm muita consciência do risco do uso das
drogas. 16,8% tinham sintomas psiquiátricos menores. O consumo de
drogas entre os estudantes se caracterizou da seguinte forma para
uso na vida, uso no último ano e nos últimos 30 dias
respectivamente: álcool (90,1%, 81,3%, 71,3%), tabaco (46,9%, 27,7%,
23,9%), maconha (30,2%, 16,9 %, 12%), solventes (27,3 %, 11,1% ,
4,1%), anfetaminas (17,3%, 9,9%, 7,5%), tranqüilizantes (14,1%,
8,5%, 6%) e cocaína (11%, 5,3%, 2,6%). A dependência de nicotina e o
abuso de álcool (considerando quem respondeu uso diário) foi de 13,5
% (n=235) e 3% (n=47) respectivamente. E para outras substâncias
(considerado abuso entre uma ou mais vezes por semana) foi: maconha,
6,7%, solventes, 1,5% anfetaminas, 5,8%, tranqüilizantes, 3,5% e
cocaína, 0,6%. Frente a estes dados está evidente a urgência de
intervenções nesta instituição. |